sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Museu de Arte Nelson-Atkins <> Steven Holl Architects

Kansas, EUA
O projecto de remodelação e aumento das instalações do Museu de Arte Nelson-Atkins existente na cidade norte-americana Kansas City, é composto de 5 estruturas interligadas entre si por oposição deliberada ao conceito de uma única estrutura massiva. Ao atravessar o edificio pré-existente em direcção ao jardim exterior, as 5 estruturas agora construidas dão nova forma ao espaço e proporcionam novos pontos de vista.
As zonas de circulação e zonas de exposição fundem-se uma entre outra na medida em que existe contacto visual entre elas nos vários pisos. O caminho sinuoso por entre o jardim das esculturas encontra o seu paralelo nos caminhos de circulação das novas galeria. O revestimento exterior dos novos edificios funciona como uma lente de vidro que proporciona a entrada de diferentes tipos de luz natural nas galerias.
É no interior que Holl mostra a sua imagem de marca, jogando com as matérias mais difíceis: espaço e luz. Ele desenhou espaços que fluem com recurso a rampas e escadas de formas graciosas e leves. A luz é uma presença por vezes surpreendente, aparecendo inesperadamente do topo ou de grandes vãos abertos para os jardins.
O atelier Steven Holl Architects conseguiu fundir as vertentes da arquitectura, da arte e do paisagismo numa experiência unificadora. De facto esta fusão dá origem a um todo dinâmico em que os visitantes têm a oportunidade de percorrer tanto o interior como os exteriores do museu de forma fluente. À medida que o visitante do museu o percorre vai tendo a percepção da mutação dos espaços que se vão alongando e incorporando uns nos outros.
O diálogo entre 2 edificios radicalmente diferentes e, no entanto, interdependentes criou um contraste que sublinha as virtudes de cada um. O desenho de Holl faz jogar pedra com vidro, sólido com etéreo, sequência ordenada com fluidez improvisada.
Os 15300 m2 de expansão do museu que eram requisito do programa foram conseguidos pelo aproveitamento uso da área subterrânea. O que aparece à superfície são 5 pavilhões transparentes numas partes e translúcidos noutras. Os tectos abobadados das galerias têm por cima uma espécie de fotões movidos hidraulicamente. Durante o dia debitam luz indirecta para o interior da galeria, depois do pôr-do-sol debitam a luz para o exterior iluminando o céu.
O dramatismo do conjunto atinge o seu auge à noite, quando os 5 pavilhões de vidro translúcido brilham no terreno suavemente inclinado, um cortejo de caixas luminosas que são uma ode à luz. Os estudos para o melhor aproveitamento da luz e dos contrastes marcados ajudaram a transformar o Museu de Arte Nelson-Atkins, passando de uma respeitada instituição a nível regional num foco de atenção mundial.
Tal como uma metáfora contemporânea para um museu de arte, a luz – que é a percepção humana do amanhecer, do acordar, assim como da clareza intelectual - é aqui usada de forma irrepreensível. É por isto que, mesmo após o glamour explosivo inicial se ter desvanecido, o projecto de Steven Holl ainda permanecerá como uma ideia brilhante.
A fabulosa intervenção de Holl é dotada de conceitos de vigorosidade e inteligência mas também de uma simplicidade de formas que muito faz lembrar os primeiros projectos do arquitecto. A reputação de excelência deste arquitecto norte-americano está a valer-lhe uma série de novos projectos de Beirut à Dinamarca passando por Biarritz.


in construlink

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